A cleptomania é um distúrbio sério que integra o quadro
de Transtornos no Controle dos Impulsos. A pessoa, por mais que se
esforce, não consegue resistir e cede ao ímpeto de furtar objetos
geralmente inúteis para seu uso particular e sem nenhum valor
financeiro. Há uma perda completa do autocontrole, pois os impulsos são
mais fortes.
Não se deve confundir um ladrão normal com um cleptomaníaco – se às
vezes este rouba algo valioso, a maior parte do tempo ele se apropria de
objetos carentes de valor. Enquanto o criminoso sente apenas tensão, o
paciente com este distúrbio pratica este ato por prazer, e sente
posteriormente uma intensa sensação de contentamento, além de ter a
consciência de que está realizando algo ilegal. Este distúrbio pode
vitimar crianças, adolescentes e adultos, grande parte do sexo feminino.
Estatisticamente, apenas 5% dos roubos são definidos como atos
cleptomaníacos.
Como nos transtornos alimentares,
depois da prática do ato compulsivo, a pessoa se sente mal,
constrangida, e não revela a ninguém o que está se passando com ela. Só é
possível diagnosticar este tipo de paciente quando ele é flagrado
cometendo este ato e conclui-se que ele apresenta as características
acima descritas. Os cleptomaníacos geralmente são depressivos ou têm algum episódio de transtorno da ansiedade, às vezes ligado a outras disfunções psíquicas, como a anorexia, a bulimia, entre outras.
Alguns especialistas acreditam que esse desajuste psicológico tem
suas raízes no período da infância, quando a criança deixa de ser o foco
principal das atenções, sente falta do amor e da proteção maternos, e
então tenta compensar este evento adquirindo objetos que supostamente
deveriam preencher um vazio em seu interior, mas que apenas aliviam por
um momento esta dor intensa, enquanto dura o prazer da conquista, a
paixão por aquele objeto do desejo.
Normalmente, porém, ela começa a se manifestar no fim da etapa
crucial da adolescência, e persiste por um longo período. Hoje a
cleptomania já está sendo considerada, inclusive, como uma doença
crônica. Essa enfermidade vem sendo detectada, em grande parte, nas
mulheres por volta dos 35 anos e no sexo masculino em volta dos 50.
Não há ainda um tratamento 100% eficiente para este distúrbio.
Normalmente se indica uma abordagem terapêutica e o uso de medicamentos.
Com o tempo são observadas algumas melhoras, um controle maior e uma
diminuição dos episódios de cleptomania. Não se sabe, porém, se é por
causa do tratamento em si ou da atenção concedida ao paciente. A
psicoterapia pode ser eficaz no processo de libertação dessa compulsão,
ao passo que os remédios procuram eliminar sintomas como a ansiedade, a
depressão, entre outros.
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