sábado, 1 de outubro de 2011

Cleptomania

A cleptomania é um distúrbio sério que integra o quadro de Transtornos no Controle dos Impulsos. A pessoa, por mais que se esforce, não consegue resistir e cede ao ímpeto de furtar objetos geralmente inúteis para seu uso particular e sem nenhum valor financeiro. Há uma perda completa do autocontrole, pois os impulsos são mais fortes.
Não se deve confundir um ladrão normal com um cleptomaníaco – se às vezes este rouba algo valioso, a maior parte do tempo ele se apropria de objetos carentes de valor. Enquanto o criminoso sente apenas tensão, o paciente com este distúrbio pratica este ato por prazer, e sente posteriormente uma intensa sensação de contentamento, além de ter a consciência de que está realizando algo ilegal. Este distúrbio pode vitimar crianças, adolescentes e adultos, grande parte do sexo feminino. Estatisticamente, apenas 5% dos roubos são definidos como atos cleptomaníacos.
Como nos transtornos alimentares, depois da prática do ato compulsivo, a pessoa se sente mal, constrangida, e não revela a ninguém o que está se passando com ela. Só é possível diagnosticar este tipo de paciente quando ele é flagrado cometendo este ato e conclui-se que ele apresenta as características acima descritas. Os cleptomaníacos geralmente são depressivos ou têm algum episódio de transtorno da ansiedade, às vezes ligado a outras disfunções psíquicas, como a anorexia, a bulimia, entre outras.
Alguns especialistas acreditam que esse desajuste psicológico tem suas raízes no período da infância, quando a criança deixa de ser o foco principal das atenções, sente falta do amor e da proteção maternos, e então tenta compensar este evento adquirindo objetos que supostamente deveriam preencher um vazio em seu interior, mas que apenas aliviam por um momento esta dor intensa, enquanto dura o prazer da conquista, a paixão por aquele objeto do desejo.
Normalmente, porém, ela começa a se manifestar no fim da etapa crucial da adolescência, e persiste por um longo período. Hoje a cleptomania já está sendo considerada, inclusive, como uma doença crônica. Essa enfermidade vem sendo detectada, em grande parte, nas mulheres por volta dos 35 anos e no sexo masculino em volta dos 50.
Não há ainda um tratamento 100% eficiente para este distúrbio. Normalmente se indica uma abordagem terapêutica e o uso de medicamentos. Com o tempo são observadas algumas melhoras, um controle maior e uma diminuição dos episódios de cleptomania. Não se sabe, porém, se é por causa do tratamento em si ou da atenção concedida ao paciente. A psicoterapia pode ser eficaz no processo de libertação dessa compulsão, ao passo que os remédios procuram eliminar sintomas como a ansiedade, a depressão, entre outros.

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