A filosofia analítica é a vertente que parte da crença
de que a lógica, desenvolvida por Gottlob Frege e Bertrand Russell,
entre outros, teria implicações filosóficas gerais e poderia contribuir,
assim, para um exame mais profundo de conceitos e na elucidação de
algumas idéias.
Ela foi introduzida na Inglaterra em 1912, com a chegada de
Wittgenstein em Cambridge, justamente para realizar pesquisas junto a
Bertrand Russell. Assim, no período que se estende entre as duas guerras
mundiais, com o impulso fundamental dado pelos textos de Russell e pelo
Tratactus Logico-Philosophicus de Wittgenstein, de 1922, a filosofia
analítica cresceu e tornou-se preponderante no seio da filosofia inglesa.
Os conceitos dos dois filósofos foram bem recebidos e desenvolvidos
pelos positivistas lógicos do Círculo de Viena, bem como por Reichenbach
e seu grupo de Berlim, nos anos 30. Estas idéias ganharam ainda mais
força nos países em que a língua inglesa predomina, de 1945 até a década
de sessenta, conhecida então como ‘filosofia lingüística’. Até hoje a
vertente analítica é preponderante na filosofia britânica, no seu ponto
de vista pré-linguístico.
Os filósofos analíticos iniciais eram Frege, Russell, George Edward
Moore e Ludwig Wittgenstein. Na Inglaterra esta corrente se posicionava
contrariamente ao hegelianismo,
escola que integrava o idealismo alemão. Hoje esta filosofia
encontra-se disseminada, além das nações que falam o idioma inglês, na
região escandinava, em alguns países do Leste Europeu, assim como na
Polônia e em Israel.
Pode-se dizer que, a princípio, a Filosofia Analítica caminhou
por duas vertentes – o Positivismo Lógico e a Filosofia Lingüística -,
ambas com precedentes importantes. O positivismo, oriundo do atomismo
lógico criado por Bertrand Russell e da filosofia inovadora de
Wittgenstein. A filosofia lingüística, nascida de G. E. Moore, que
sempre destacou a importância da análise do senso comum e da linguagem
cotidiana.
Muitas vezes este período compreendido pelo predomínio do Positivismo
Lógico e da Filosofia Lingüística é conhecido como era da “Análise
Clássica”. É importante também perceber que esta Filosofia é muito mais
um movimento do que uma escola filosófica, porque seus seguidores não
têm em comum as mesmas bandeiras conceituais, a não ser alguns
princípios gerais. Os principais pontos em comum são a crença de que o
motivo principal da filosofia é a linguagem; e a idéia de que a
metodologia filosófica a ser seguida é a análise lógica.
O único conceito que mantém coesa a filosofia analítica é o da lógica
contemporânea. O positivismo lógico era a principal vertente, a qual
predominou até o começo dos anos 50. Mas a publicação de “Dois Dogmas do
Empirismo”, de Quine, em 1951, deu início à diversificação de
orientações dentro da Filosofia Analítica. De um lado, ela caminhou para
a ciência cognitiva e a filosofia da mente;
de outro, na direção de uma metafísica, diria até uma teologia
analítica; em sentido diverso, orientou-se por uma filosofia política e,
seguindo outra vereda, envolveu-se com várias pesquisas sobre a ética.
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