domingo, 2 de outubro de 2011

John Donne

John Donne foi um dos poetas mais significativos do Renascimento; jacobino britânico, ele era pastor da religião protestante e poeta metafísico. Este literato incompreendido e legado ao esquecimento por trezentos anos nasceu em 1572 na capital inglesa, Londres, no seio de um grupo familiar que praticava estritamente o catolicismo romano. Sua infância foi assombrada por inúmeras enfermidades.
A escrita de Donne é profundamente marcada por um padrão voluptuoso e movido pelo real; entre seus textos encontram-se sonetos, poemas de amor e de conotação espiritual, versões do latim, elaborações poéticas breves conhecidas como epigramas, elegias – versos tristes e queixosos -, canções, sátiras e discursos religiosos.
Sua expressão linguística é excitante e suas metáforas criativas, principalmente se a obra de Donne for analisada à luz de outros autores da mesma época. O poeta desde cedo demonstrava aptidão para a literatura e detinha uma boa formação; mesmo assim foi perseguido pela carência de recursos financeiros por um bom período. Nesta época ele dependia dos companheiros mais prósperos para sobreviver.
Ao completar 11 anos ele ingressou em Oxford, no Hertford College, então conhecido como Hart Hall; três anos depois foi enviado para a Universidade de Cambridge, na qual permaneceu por mais três anos. Nunca se graduou, porém, nestas instituições, pois se negou a realizar o indispensável Juramento de Supremacia. Apesar de sua intensa formação católica, optou em 1590 pela religião anglicana. Em 1615 assumiu a posição de pastor de sua Igreja e em 1621 tornou-se decano da St. Paul Cathedral, na cidade londrina.
Diversos poemas de Donne foram lançados depois de sua morte – em 31 de março de 1631 -, o que contraria muitos pesquisadores que acreditam haver uma divisão em sua obra, ou seja, ele teria escrito poemas de amor na sua juventude e discursos de natureza religiosa na sua maturidade. Apenas ‘Anniversaries’, lançado em 1612, e Devotions upon Emergent Occasions, de 1623, foram publicados em vida.
Em uma viagem a Cádiz, na Espanha, ele assumiu a função de secretário particular de Anne More, sobrinha de Sir Thomas Egerton. Ele se aproximou tanto da jovem que os dois acabaram contraindo matrimônio em segredo, o que lhe deixou desempregado e acarretou sua prisão, decretada pelo tio de sua esposa.
Depois de sua libertação ele iniciou sua criação poética com a obra Poemas Divinos, de 1607, seguida por Biathanatos, gerada em 1608, ambas lançadas em 1644. Sua poesia revelava uma incrível percepção da vida social inglesa, e também apresentava uma análise discreta de suas inquietações.
Suas censuras jocosas ou sátiras partiam de questões inerentes ao reinado da Rainha Elizabeth, como, por exemplo, a depravação do sistema de leis, os escritores medianos, os cortesãos empolados, entre outras. As demais abordam temáticas religiosas, as quais têm para o poeta um alto valor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário