O nome completo do Marquês de Sade era Donatien
Alphonse François de Sade. Nascido em Paris no dia dois de junho do ano
de 1740, Sade foi um escritor prolífico e um aristocrata controverso
para os padrões sociais vigentes na época em que viveu. Diversos livros
de sua autoria foram escritos enquanto estava preso na Prisão de
Bastilha. Lá, o escritor foi encarcerado por muitas vezes, até mesmo por
Napoleão Bonaparte. Para se ter uma ideia de sua importância, seu nome
deu origem ao termo sadismo, definido como perversão daquele que procura
aumentar a intensidade do prazer sexual produzindo sofrimento em
outros.
O aristocrata foi perseguido por diversas castas francesas,
tanto os revolucionários de 1789 quanto a monarquia e Napoleão queriam
degustar sua cabeça num almoço regado a champanhe e caviar. Segundo o
filósofo e psicanalista Luiz Felipe Pondé, “Sade era um filósofo que
achava que a natureza é má, incluindo a natureza humana e sua história. O
‘divino’ marquês se inscreve
numa tradição (dos trágicos, gnósticos, maniqueus, cátaros) que se
pergunta se a natureza (ou Deus) não seria em si má, cruel e perversa.
Não seria o cosmo uma câmara de torturas?”.
As duas principais personagens do Marquês de Sade foram
Justine e Juliette. A dupla representou as ideias do escritor durante
anos e são encarnações do bem e do mal. A primeira é uma mulher ingênua
que defende o que considera ser bom, mas acaba sempre no meio de
depravações e crimes. O final da vida de Justine não é nada bonito, a
moça foi queimada do ânus até a boca por um raio enquanto caminhava para
a missa. Já Juliette, sua irmã, é o mal em si. É abjeta, mata sua
melhor amiga empurrando-a na boca de um vulcão e obriga o Papa Pio VI a discursar a favor do crime como chantagem para poder possuí-la.
Estas orgias com o Papa dentro da Igreja de São Pedro
(Vaticano) são apenas uma das inúmeras histórias do romance Juliette, de
Sade. Sade transforma o discurso do pontífice a favor do crime em um
panfleto político agressivo. Em outro de seus livros, chamado A
Filosofia na Alcova, Sade demonstra-se favorável à ruptura com o
cristianismo. Na história, um casal de irmãos educa uma jovem, Euginè, com total aversão à religião e aos costumes e dogmas da época.
Aos 74 anos, após publicar diversas obras, Sade morre no hospício,
amado por duas mulheres com as quais planejava produzir peças teatrais
pornográficas.
Obras:
- Justine
- Juliette de Sade
- Zoloe e suas Amantes
- O Estratagema do Amor
- Os Crimes do Amor
- A Filosofia na Alcova
- Contos Libertinos
- Diálogo entre um Padre e um Moribundo
- Os 120 Dias de Sodoma
- A Crueldade Fraternal
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