A expressão “ocupação da Polônia“, apesar de ser
compatível com vários momentos da história deste país de história tão
conturbada, remete geralmente aos eventos envolvendo a invasão e
partilha do país pela Alemanha Nazista e União Soviética, iniciada a 1 de setembro de 1939.
O plano de dominação do território polonês foi desenvolvido a partir do Pacto Molotov-Ribbentrop, batizado com o nome dos ministros
das relações exteriores de URSS e Alemanha, respectivamente, e que
estabelecia um programa de divisão da Europa Oriental entre os dois
países. A Alemanha buscava terras para seu “lebensraum”
(espaço vital) que seria ocupado por alemães étnicos, formando a
“Grande Alemanha”, e a URSS buscava ampliar a influência de sua política
socialista pela região. Algumas das regiões pretendidas pelos nazistas
foram destacadas do território alemão em meio à série de punições ao
país no fim da Primeira Guerra Mundial. Já os russos, tinham como objetivo anexar a Polônia oriental e distribuir o território entre Ucrânia e Bielorrúsia.
A ação da Alemanha contra o país, a 1 de setembro marcaria o início da Segunda Guerra Mundial. No dia 17, os russos avançariam em direção à Polônia oriental, para ocupar a sua parte acordada no pacto com a Alemanha.
No lado alemão, os nazistas começaram a aplicar os seus planos de
germanização, deportando populações instaladas originalmente na região, e
abrindo espaço à colonização a alemães, alguns vindos dos estados
bálticos (Lituânia, Letônia e Estônia). No extremo oposto do país, os
soviéticos iriam seguir um procedimento semelhante: mais de 25 mil
oficiais do exército polonês eram assassinados na floresta de Katyn.
A Polônia ficaria ainda sem a maior comunidade judaica da Europa, pois ali seria o palco da aplicação da chamada “solução final”, o projeto de extermínio de todos os judeus europeus em campos da morte como Auschwitz
ou Treblinka. Além dos judeus, ciganos, homossexuais e dissidentes
políticos seriam também massacrados em massa pelos nazistas. Dos mais de
três milhões de judeus que viviam na Polónia antes de 1939, existe hoje
uma comunidade de apenas dez mil. Milhões de judeus de toda a Europa
morreram em execuções maciças ou nas câmaras de gás, o chamado
“holocausto”.
Do outro lado da fronteira, os soviéticos deportavam os judeus para o
Centro da Europa. Mais de 150 mil regressariam depois da guerra, para
enfrentar o insuportável vazio do desaparecimento das suas famílias e
das suas comunidades.
Com o desenrolar do conflito e o rompimento do pacto
Molotov-Ribbetrop pela Alemanha, os soviéticos irão avançar em direção à
Alemanha a partir da Polônia, e ao fim da guerra, o país terá suas
fronteiras restauradas, mas, permanecerá durante toda a Guerra Fria um “satélite” soviético, com um regime socialista influenciado por estes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário