sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Raticidas

Das pragas urbanas que incomodam a população, os ratos são, sem dúvida os piores e mais perigosos. Os ratos trazem sérios riscos e prejuízos aos seres humanos pois têm hábitos furtivos, contaminam alimentos, roem tecidos, madeiras, plásticos e outros, destroem lavouras, principalmente de grãos e transmitem doenças como a leptospirose e peste bubônica.
Para eliminai-los são usados raticidas (ou rodenticidas), compostos químicos altamente tóxicos não só a ratos, mas a roedores em geral. Antigamente os raticidas utilizados eram inorgânicos, à base de tálio, arsênio, fluoracetatos, substâncias extremamente tóxicas. Com o passar do tempo, esses compostos foram substituídos por orgânicos como a warfarina, cumarina e indandionas.
Os raticidas modernos geralmente têm efeito anticoagulante, ou seja, impedem o processo de coagulação sanguínea provocando hemorragias, o que leva o roedor à morte. O mecanismo de ação desses raticidas se dá pela inibição da síntese, no fígado, de vitamina K, muito importante no processo da coagulação sanguínea. A substância pode permanecer no tecido do animal ainda que ele seja tratado. A estricnina, outro tipo de raticida comum, porém de uso proibido, age aumentando a excitabilidade reflexa da medula espinhal, assim, o controle normal dos estímulos neurais é perdido, provocando a contração simultânea de todos os músculos do corpo.
Tais compostos são classificados em agudos e crônicos. Os raticidas agudos, como o arsênio, a estricnina, o sulfato de tálio causam a morte do roedor em até 24 horas após a ingestão, foram proibidos no Brasil devido à alta toxidade, por serem inespecíficos, muitos não têm antídoto (substância que impede a ação do veneno), além de tornar o roedor resistente caso haja ingestão de doses insuficientes. Já os crônicos têm efeito contrário, isto é, levam o roedor à morte em alguns dias após a ingestão, são largamente utilizados em todo o mundo por serem seguros e por existir antídoto (vitamina K injetável).
Na ocorrência de ingestão acidental de alguns raticidas tanto por humanos quanto por animais domésticos pode causar intoxicações graves , insuficiência renal aguda, necrose hepática, choque hipovolêmico e óbito em, no máximo, quatro dias. Caso isso aconteça é recomendável procurar assistência médica imediatamente.
Os ratos são, além de nós seres humanos, os animais que mais se adaptam às diversas condições ambientais, fator que, por vezes dificulta o controle dessa praga.

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