Das pragas urbanas que incomodam a população, os ratos são, sem dúvida
os piores e mais perigosos. Os ratos trazem sérios riscos e prejuízos
aos seres humanos pois têm hábitos furtivos, contaminam alimentos, roem
tecidos, madeiras, plásticos e outros, destroem lavouras, principalmente
de grãos e transmitem doenças como a leptospirose e peste bubônica.
Para eliminai-los são usados raticidas (ou rodenticidas),
compostos químicos altamente tóxicos não só a ratos, mas a roedores em
geral. Antigamente os raticidas utilizados eram inorgânicos, à base de tálio, arsênio,
fluoracetatos, substâncias extremamente tóxicas. Com o passar do tempo,
esses compostos foram substituídos por orgânicos como a warfarina,
cumarina e indandionas.
Os raticidas modernos geralmente têm efeito anticoagulante, ou seja,
impedem o processo de coagulação sanguínea provocando hemorragias, o que
leva o roedor à morte. O mecanismo de ação desses raticidas se dá pela
inibição da síntese, no fígado, de vitamina K,
muito importante no processo da coagulação sanguínea. A substância pode
permanecer no tecido do animal ainda que ele seja tratado. A
estricnina, outro tipo de raticida comum, porém de uso proibido, age
aumentando a excitabilidade reflexa da medula espinhal, assim, o
controle normal dos estímulos neurais é perdido, provocando a contração
simultânea de todos os músculos do corpo.
Tais compostos são classificados em agudos e crônicos. Os raticidas
agudos, como o arsênio, a estricnina, o sulfato de tálio causam a morte
do roedor em até 24 horas após a ingestão, foram proibidos no Brasil
devido à alta toxidade, por serem inespecíficos, muitos não têm antídoto
(substância que impede a ação do veneno), além de tornar o roedor
resistente caso haja ingestão de doses insuficientes. Já os crônicos têm
efeito contrário, isto é, levam o roedor à morte em alguns dias após a
ingestão, são largamente utilizados em todo o mundo por serem seguros e
por existir antídoto (vitamina K injetável).
Na ocorrência de ingestão acidental de alguns raticidas tanto por
humanos quanto por animais domésticos pode causar intoxicações graves ,
insuficiência renal aguda, necrose hepática, choque hipovolêmico e óbito
em, no máximo, quatro dias. Caso isso aconteça é recomendável procurar
assistência médica imediatamente.
Os ratos são, além de nós seres humanos, os animais que mais se
adaptam às diversas condições ambientais, fator que, por vezes dificulta
o controle dessa praga.
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