Recebeu o nome de Guerra Civil Americana o conflito que ocorreu nos Estados Unidos da América de 1861 a 1865 e colocou em lados opostos o sul e o norte daquele país.
No
início da década de 1860 os EUA já eram uma nação de progresso notável,
pronta para assumir um lugar de destaque no cenário econômico e
político mundial. Só que as questões internas “amarravam” de um certo
modo essa decolagem do país para patamares mais altos. Este talvez seja
um modo discreto de se referir ao sul do país, que tinha diferenças
econômicas e sociais brutais em relação ao norte. Tais diferenças se
explicam em grande parte pela forma inicial de colonização das duas
regiões, sendo que no norte se praticou uma ocupação de permanência,
onde os colonos tinham o objetivo de fazer das terras que ocupavam sua
morada definitiva. Já no sul, o sistema colonial escolhido foi similar
ao daquele empregado em Cuba ou no Brasil, com o predomínio das grandes
propriedades dedicadas à monocultura (plantation),
utilização da mão de obra escrava (que já naquela época havia sido
extinta no norte) e extrema dependência de produtos industrializados
importados.
Logo, com o avanço da segunda onda da Revolução Industrial
as restrições em relação à escravidão ficavam cada vez mais fortes, mas
os grandes fazendeiros produtores do sul se recusavam a abrir mão de
sua fonte de trabalho tão barata. A divisão norte/sul e estados
escravocratas/estados livres ficava cada vez mais polarizada em todos os
pontos da sociedade, indo desaguar no debate político: que caminho
deveria os Estados Unidos seguir, o do sul escravocrata, ou o do norte
cosmopolita e industrial? A questão só seria resolvida pelas armas.
Assim, as causas principais da eclosão da guerra foram a escravidão,
os contrastes norte-sul, o exacerbado nacionalismo do sul à época,
tarifas interestaduais, que encareciam os produtos industrializados do
norte em detrimento dos produtos agrícolas do sul, as questões
regionais, e o estopim definitivo da guerra: a eleição de Abraham Lincoln, republicano, declaradamente favorável à libertação dos escravos no sul.
Com Lincoln eleito, a Carolina do Sul é o primeiro estado a se
separar, em 24 de dezembro de 1860. No ano seguinte, os outros estados
de economia e filosofia política similar iriam seguir seus passos,
formando os Estados Confederados da América. O norte, sob o governo de
Lincoln, permanece inerte, assistindo aos movimentos dos confederados,
liderados por Jefferson Davis.
O conflito se inicia em 1861, com o ataque do sul ao Forte Sumter,
provocando a reação da União (o que restara dos Estados Unidos).
Logo as disparidades se fazem claras, e o resultado da
industrialização do norte prova-se eficaz na vitória na guerra.
Equipados com os mais modernos armamentos, inclusive canhões de longo
alcance e até mesmo os primeiros submarinos, o norte vai desde o início
minando as forças confederadas, que, baseadas na cavalaria, acabam
contando mesmo apenas com a bravura de seus combatentes, entre eles o
famoso general Robert E. Lee, que mesmo em várias ocasiões de
desvantagem, conseguiu importantes vitórias para o sul.
Em 1864, porém, já ficava evidente a vitória do norte, e o sul não
conseguia vencer mais nenhuma batalha resistindo apenas mais um ano. Em
1865 Lincoln dá a tão sonhada liberdade aos escravos dos territórios
liberados do sul, entrando para a história dos EUA como líder corajoso e
determinado num dos momentos mais difíceis da história daquele país.
Ele no entanto, não viveria para colher os frutos de seus esforços,
sendo assassinado dentro de um teatro, por um ator simpatizante da causa
sulista.
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