Todo composto químico capaz de combater insetos é denominado inseticida.
Os inseticidas são utilizados em lavouras, no combate de pragas que
assolam as plantações, em indústrias e também em residências.
No início, ao surgir a necessidade do uso de inseticidas, eram utilizadas substâncias químicas altamente tóxicas, como o arsênio, o mercúrio e o tabaco. Durante a Segunda Guerra Mundial, foram desenvolvidos
diversos gases bélicos, e em um desses foi possível observar um efeito
tóxico contra insetos, daí surgem os inseticidas. Em 1948, o cientista
Paul Muller ganhou o Prêmio Nobel de Química por ter descoberto o mais
famoso inseticida de todos o tempos, o DDT (Dicloro Difenil
Tricloroetano).
Os inseticidas são comumente classificados de acordo com sua composição química. Veja os principais grupos:
1. Organoclorados (DDT, BHC, HHC): são compostos orgânicos que apresentam átomos de cloro em ligações covalente na cadeia. Trata-se de substâncias altamente tóxicas, de grande poder de acumulo na cadeia alimentar,
de toxidade crônica, ou seja, seus efeitos se manifestam de forma lenta
pelo organismo, insolúveis em água, lipofílicos (afinidade com
gorduras) e de caráter cancerígeno. Devido a tais poderes maléficos, os
organoclorados passaram a ter uso proibido há por volta de 30 anos, não
são mais produzidos no Brasil e em vários outros países.
2. Organofosforados (PARATHION, MALATHION, ORTHENE, BIDRIN): são ésteres do ácido fosfórico.
Menor teor de toxidez com relação aos organoclorados, porém, são
absorvidos pelo organismo humano através de todas as vias possíveis
(respiratória, gastrointestinal, dérmica, por membranas de mucosas). Não
são cumulativos, insolúveis em água, apresentam toxidade aguda (efeitos
aparecem rapidamente no organismo).
3. Carbamatos (CARBARYL, METHOMIL, FURADAN): são
ésteres do ácido carbâmico, muitas vezes sintetizados a partir de
compostos organofosforados. Apresenta toxidade aguda média, baixo
acúmulo no meio ambiente, são insolúveis em água, pouco absorvidos pelo
organismo humano e bastante utilizados no controle de insetos em
estocagem de grãos.
4. Piretróides (RIPCORD, TALCORD, BELMARK): o
nome vem do termo piretro que são flores secas dotadas de pitetrina,
substância que tem carácter inseticida. A piretrina é oriunda de flores
do gênero Chrysanthemum
e é um éster do ácido crisantêmico, e quando sintetizada, dá origem aos
piretróides. Os piretróides são aplicados no controle de moscas pretas,
mosquitos da malária, baratas, percevejos e pulgas. São solúveis em água e por isso altamente letal a espécies aquáticas.
Os inseticidas, de um modo geral, apresentam sérios efeitos ao
homem e o meio ambiente, visto que podem contaminar águas dizimando
espécies que têm esse ambiente como habitat. Seu uso comumente confere
aos insetos certa resistência, tornando necessárias aplicações cada vez
maiores. O vegetal sofre alterações metabólicas e estruturais, e o
próprio ser humano também sente consequências, sendo a principal delas, o
câncer. O ideal é utilizar inseticidas que têm eficácia comprovada
mesmo quando aplicado em pequenas quantidades, não são tóxicos ao homem,
a outros animais e nem ao meio ambiente, econômicos, de fácil aplicação e que apresentem baixo acúmulo na ambiente, como é o caso dos inseticidas naturais.
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