A obra de J. D. Salinger andava esquecida pela
mídia até a chegada de uma notícia no dia 27 de janeiro de 2010. O
escritor, recluso há décadas, acabava de falecer aos 91 anos. Assim, o
grande mito da literatura votava aos jornais, levantando novamente
questões antigas em torno de seu nome: a velha história do homem que
matou John Lennon após ler a principal obra do escritor, O Apanhador no
Campo de Centeio, suas ex-mulheres que publicavam livros contando sobre sua vida pessoal e sua aversão social.
Na época de sua morte, Salinger vivia em Cornish, uma cidade
com menos de mil habitantes em New Hampshire, nos Estados Unidos. Mas o
escritor nasceu em um lugar com uma população um pouco maior, Nova York.
Em 1919, ano em que veio ao mundo, Jerome David Salinger era apenas um
filho de judeu polaco com uma mulher meio irlandesa meio escocesa. Já na
escola secundária começou a escrever, publicando diversos contos na
primeira metade da década de 40. Porém, teve que servir seu país na
Segunda Guerra Mundial e, em 1948, publicou um conto na revista The New
Yorker chamado Um dia perfeito para Peixe-banana. Aclamado pela crítica
por sua primeira publicação, Salinger inicia seu primeiro romance, O Apanhador no Campo de Centeio, que foi lançado em 1951 e se tornou um best-seller
aclamado pela crítica. No livro, é descrita a alienação e a inocência
perdida do personagem principal, Holden Caulfield, um dos protagonistas
mais influentes da literatura.
A vida de J. D. Salinger era misteriosa. Segundo algumas
fontes, teria se casado com uma alemã nos anos 50. Cinco anos depois,
foi marido de Claire Douglas, mãe de seus filhos Matthew e Margaret.
Porém, separou-se de Claire em 1967. Entre as muitas mulheres que
passaram pela vida do escritor, houve Joyce Maynard, uma jovem
de 18 anos que o conheceu quando tinha 50. Este relacionamento acabou
rendendo o livro Abandonada no Campo de Centeio, escrito e publicado por
Joyce nos anos 90, no qual ela expõe a vida de Salinger. Outro livro
que relata detalhes de sua vida surgiu em 2000, quando sua filha
apresentou o livro Dream Catcher- A Memoir.
Após o sucesso estrondoso de O Apanhador no Campo de Centeio, vieram
os livro Nove Histórias, uma coleção com nove contos publicados na The
New Yorker, Franny & Zooey; Carpinteiros, Levantem Bem Alto a
Cumeeira e Seymour, uma Introdução, lançado em 1963. A última obra
publicada é uma novela intitulada Hapworth 16, 1924, também no The New
Yorker. Antes de sua reclusão e morte, a última aparição do escritor
deu-se em 1974, quando disse a seguinte frase em uma entrevista ao
jornal New York Times: “publicar é uma terrível invasão da minha
privacidade”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário