John Donne foi um dos poetas mais significativos do Renascimento;
jacobino britânico, ele era pastor da religião protestante e poeta
metafísico. Este literato incompreendido e legado ao esquecimento por
trezentos anos nasceu em 1572 na capital inglesa, Londres,
no seio de um grupo familiar que praticava estritamente o catolicismo
romano. Sua infância foi assombrada por inúmeras enfermidades.
A
escrita de Donne é profundamente marcada por um padrão voluptuoso e
movido pelo real; entre seus textos encontram-se sonetos, poemas de amor
e de conotação espiritual, versões do latim, elaborações poéticas
breves conhecidas como epigramas, elegias – versos tristes e queixosos
-, canções, sátiras e discursos religiosos.
Sua expressão linguística é excitante e suas metáforas
criativas, principalmente se a obra de Donne for analisada à luz de
outros autores da mesma época. O poeta desde cedo demonstrava aptidão
para a literatura e detinha uma boa formação; mesmo assim foi perseguido
pela carência de recursos financeiros por um bom período. Nesta época
ele dependia dos companheiros mais prósperos para sobreviver.
Ao completar 11 anos ele ingressou em Oxford, no Hertford College,
então conhecido como Hart Hall; três anos depois foi enviado para a
Universidade de Cambridge, na qual permaneceu por mais três anos. Nunca
se graduou, porém, nestas instituições, pois se negou a realizar o
indispensável Juramento de Supremacia. Apesar de sua intensa formação
católica, optou em 1590 pela religião anglicana. Em 1615 assumiu a
posição de pastor de sua Igreja e em 1621 tornou-se decano da St. Paul
Cathedral, na cidade londrina.
Diversos poemas de Donne foram lançados depois de sua morte – em 31
de março de 1631 -, o que contraria muitos pesquisadores que acreditam
haver uma divisão em sua obra, ou seja, ele teria escrito poemas de amor
na sua juventude e discursos de natureza religiosa na sua maturidade.
Apenas ‘Anniversaries’, lançado em 1612, e Devotions upon Emergent Occasions, de 1623, foram publicados em vida.
Em uma viagem a Cádiz, na Espanha, ele assumiu a função de secretário
particular de Anne More, sobrinha de Sir Thomas Egerton. Ele se
aproximou tanto da jovem que os dois acabaram contraindo matrimônio em
segredo, o que lhe deixou desempregado e acarretou sua prisão, decretada
pelo tio de sua esposa.
Depois de sua libertação ele iniciou sua criação poética com a
obra Poemas Divinos, de 1607, seguida por Biathanatos, gerada em 1608,
ambas lançadas em 1644. Sua poesia revelava uma incrível percepção da vida social inglesa, e também apresentava uma análise discreta de suas inquietações.
Suas censuras jocosas ou sátiras partiam de questões inerentes ao
reinado da Rainha Elizabeth, como, por exemplo, a depravação do sistema
de leis, os escritores medianos, os cortesãos empolados, entre outras.
As demais abordam temáticas religiosas, as quais têm para o poeta um
alto valor.
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